Ao reler algumas coisas, lembrei de outras que vai me ajudar muuuito.
"Andava Ofélia posta em sossego
Nos campos floridos da Dinamarca.
Vai ela a carregar seu fardo de flagelo
E nos sonhos apagados ela embarca
Como se nas águas do rio ela entrasse
E lá mesmo, moribunda, ficasse.
Bem é verdade, que por Hamlet era amada
E juntos eram como Vênus e Marte.
Mas o Destino, no amor não vê de bom nada
E neste dia quis deles fazer Arte,
Separando os dois que em tanto tinham
O amor que em choro convertiam.
Estando Ofélia no rio Avon, um dia passou
Um de águas limpas coberto de flores,
Chegando perto dele, pisando em falso escorregou
Frias águas a puxavam, pelas plantas aprisionada, árvores.
Nada pôde fazer, os olhos já apagando
Da vida já não era, desencarnando.
O corpo boiando, mentiras se espalhando.
A verdade é que ela desiludida estava
Pois viu seu amor, muito a desprezando
Não viu outra coisa senão ouvir o que a Certeza cantava
Pegando um enorme peso, pôs nas costas nuas
Se jogou, afundou e não voltou para as coisas suas."